Lenga-Lenga Auperiano

Há um tempo atrás (acho que foi em março ou abril) escrevi um post que pretendia ser o segundo post desse blog. Mas como eu demorei pra conseguir fazer o blog, meus sentimentos mudaram em relação ao que eu sentia quando escrevi aquele post, então decidi não postar ele e esperar me sentir daquela forma novamente para só então postá-lo. Acontece que na época eu estava empolgada com o au pair, mas estava calma, porque sabia que me faltava CNH, experiência com kids, paciência, independência, melhorar o inglês e juntar grana pra viajar bastante por lá. Eu estava até tendo homesick antes da hora! HAHA Então por mim estava tudo bem ir só em julho de 2014. Eu estava bem decidida a aproveitar todo o meu tempo aqui com a família, amigos, meu quarto, minha cama, durante esse um ano de espera.

Mas acho que eu li blogs demais e fiquei fissurada no assunto (como deve acontecer com todas). Eu passo muito tempo lendo sobre a vida das meninas que estão ficando online, tendo match, conseguindo o visto, embarcando, chorando, viajando e a vontade de viver tudo isso só aumenta. E agora esses dias de espera parecem uma tortura. Mas eles parecem uma tortura porque EU não estou progredindo no meu processo. Eu ainda não visitei nenhuma agência, sei que preciso fazer trabalho voluntário, mas ainda não fui atrás, rodei na primeira prova prática da CNH... Só que eu não consigo me organizar pra fazer tudo.  E confesso que eu  também to com bastante preguiça. Já até imagino quanta dor de cabeça vou ter.


Mas eu tenho medo também, sabe. Eu mudo de ideia muito rápido e tenho medo de ano que vem não querer mais o au pair. Porque eu quero tanto agora... Também tenho medo de conseguir o emprego que eu quero e por causa dele adiar ainda mais a minha ida. Antes eu queria ir depois de julho pra estar aqui quando a copa acontecesse, mas com toda essa confusão, decidi que isso nem é mais prioridade.

Por mim eu ficava online ontem. Mas não vai ter jeito, pra isso eu vou ter que fazer trabalho voluntário em fim de semana, porque as escolhinhas só estão abertas na hora em que eu estou trabalhando, e eu estudo todas as noites. E a verdade é que estou com receio de ir a um lar que tem perto da minha casa perguntar sobre isso. Não sei se serei bem aceita, se as crianças vão gostar de mim... Pois é, tenho problemas com rejeição.

Eu ainda nem se quer contei para os meus pais! Eu vou pagar e não importa o que eles disserem eu vou ir. Mas é óbvio que sempre queremos a aprovação da família. Eles sabem que eu quero fazer um intercâmbio, mas pensam que é de estudos, como era a ideia inicial. Minha mãe sabe que tem gente que vai pros EUA trabalhar de babá, mas ela só conhece isso como uma forma de ganhar dinheiro. Tenho medo de eles dizerem que eu não sirvo pra isso, que eu não levo jeito com criança, que eu vou viver me contaminando (por causa da doença celíaca, mas isso já acontece aqui em casa de qualquer forma). Tenho argumentos contra tudo o que eles disserem, o problema é que vou chorar dependendo da reação deles. Sou sentimental demais e eles sempre esperam que eu tenha sucesso em tudo o que eu faço, então o medo de desapontá-los também é grande.

Ou seja, estou meio que evitando esse momento porque vai ser difícil, mas a verdade é que depois que eu contar para os meus pais eu finalmente vou poder correr atrás de tudo com mais tranquilidade. Sei que a vida é minha, então eu estou aprendendo aos poucos a não me cobrar tanto. As férias de julho estão chegando e vou fazer uma promessa pra mim mesma: vou dar início ao meu processo oficialmente. Vou visitar as agências, vou visitar os lares, vou convocar uma reunião de família junto com o namorado (porque quando estou com ele me sinto mais segura) e vou torcer pra passar na minha segunda prova prática da CNH, pois quero muito já ir para os EUA com a definitiva.

Quanto ao inglês, decidi que esse vai ser meu último semestre. No primeiro semestre de 2014 vou estudar inglês por conta, porque é uma grana a mais que vou ter para o intercâmbio.

Esse post ficou meio confuso, meio cheio de lenga-lenga, mas acho que é normal essa confusão de sentimentos. O que eu mais queria agora era já estar online. Ou melhor, já queria estar pegando meu voo pra essa nova vida.

E vocês?

Chefes x Host Families

Olá pessoal!

Continuando o assunto do post anterior, então... (se você não leu, clique aqui)

Eu tive 3 chefes até hoje. A primeira nem posso contar porque acho que troquei duas frases com ela durante os meus 6 meses de estágio. Então vou fazer um comparativo só entre a segunda e a terceira, ressaltando os pontos positivos e os negativos.

CHEFE A:
Era justa comigo na maioria das vezes. Como ela passava perto da minha casa no caminho pro trabalho na ida e na volta, eu a esperava num certo ponto e ela me dava carona, depois me largava no mesmo ponto de novo. Começávamos as 7:30 e saíamos as 17hs em ponto todos os dias. Éramos só ela e eu na empresa. E o irmão dela que era sócio, mas que trabalhava em outro local, então não fazia nada lá, só ia pra encher o saco mesmo. Ainda bem que ele não ficava o dia inteiro. Nós fazíamos lanche da manhã e da tarde (isso é super importante pra mim) e de vez em quando ela levava bolo ou comprava pão de queijo pra mim também. Outro pequeno gesto que faz toda a diferença pra mim. Porém a empresa só abria no horário que trabalhávamos, mesmo, então se eu precisasse faltar não tinha como recuperar, era desconto no salário sem choro nem vela. No feriado facultativo de carnaval, ELA queria fazer feriadão. Se ela estava saindo, eu não tinha como trabalhar, pois não tinha a chave da empresa, e mesmo assim ela me fez pagar esses dois dias de trabalho. Pra ser no mínimo justo, ela deveria ter me descontado só um e dado o outro. Mas eu gostava do horário de trabalho, era perto de casa, o trabalho era bom, ela me PEDIA pra fazer as coisas e não MANDAVA, e isso é outra coisa importante pra mim. E ela valorizava o meu trabalho, tanto que me deu aumento duas vezes no um ano e pouco que trabalhei lá.

CHEFE B:
Com certeza nunca terei outra chefe melhor. Querida, se preocupa comigo, me libera quando preciso fazer algo sem problema algum, sem precisar recuperar as horas nem ser descontada no salário. Me liberou muuuitas horas pra eu tirar minha CNH. Me explica sempre tudo o que eu tenho dúvida e como é ela é jovem, entende totalmente tudo. Ela é um ser humano. Sim, eu digo isso porque parece que a maioria dos chefes não são pessoas normais. Eles não gostam de sextas-feiras porque sábado e domingo não tem trabalho, não gostam que funcionários fiquem doentes, não gostam que parentes de funcionários morram porque eles vão faltar ao trabalho. É, parece exagero, mas o que mais tem por aí é chefe assim. E a minha não, assim como a maioria das pessoas, ela adora sexta-feira, não gosta de trabalhar em fim de semana, aproveita quando tem feriado pra fazer feriadão... Com ela eu posso falar num dia de chuva que a vontade era de ficar dormindo... Essas coisas fazem TODA a diferença na minha vida, no meu trabalho. Isso não significa que eu trabalhe menos, pelo contrário, eu trabalho com mais vontade e mais qualidade, porque faço porque quero, faço porque gosto de estar ali, de fazer parte do crescimento de uma empresa assim.

Tá menina, até agora tu só elogiou, mas e os pontos negativos? Então, aí é que tá. É uma empresa familiar... Escritório de parentes do lado, onde dividimos a cozinha e o banheiro. Seis pessoas usando UM banheiro e só EU troco o lixo. Se eu não trocar fica transbordando meesmo, aí fica mais difícil pra eu trocar. Uma vez eu fiz o teste. Deixei transbordar... Ficou umas duas semanas sem trocarem, eu não agüentava mais, quase morri pra conseguir trocar aquele lixo fedorento e nojento. O mesmo com a lixeira orgânica da cozinha. Transbooorda comida velha e fedorenta, só que essa eu não troco. A faxineira vem limpar uma vez por semana. Ela limpa o chão com água e um pano velho. Isso mesmo, sem NENHUM produto de limpeza. O banheiro continua fedendo e nem o pó das coisas ela tira. Detalhe que é a mesma pessoa que faz a faxina na casa deles!! Então eu troco o lixo, limpo a minha mesa e a da minha chefe quando ela não está; já teve uma vez que organizei tuuudo aqui porque ela é extremamente desorganizada... Eu trago almoço, então lavo meus potes aqui e depois lavo tudo de novo em casa, porque o detergente é vagabundo e tenho nojo do pano de prato, que aliás, se eu não trocar ninguém troca também. Troco toalha de rosto e pano de prato uma vez por semana pra não parecer abusada demais, e já acho super nojento. Na minha casa a toalha de rosto fica no máximo dois dias! Mas por causa de tudo o que eu descrevi de bom, compensa, sabe. Então vale a pena.

Enfim, o que eu quis dizer com tudo isso, é que sempre vão haver pontos positivos e negativos (e eu mesma preciso aprender isso), nada nunca será perfeito. E uma ótima maneira de ver o que é mais importante pra você na host family, é comparando com o quê é importante no seu trabalho e no seu dia-a-dia aqui no Brasil. Claro que aqui eu não vou conversar sobre o lixo com eles porque não acho necessário criar climão por causa disso, mas caso fosse a realidade na HF, um dia eu chamaria eles pra conversar e diria que não me importaria de trocar o lixo se todo mundo também trocasse, e não SÓ eu.

É importante avaliar o que você suporta e o que não aturaria de jeito nenhum, isso ajuda a decidir se você quer uma família que disponibilize carro, fds off, banheiro privado ou não. E quanto aos pequenos detalhes que também fazem diferença, infelizmente só descobriremos com a convivência, então são eles que vão determinar se você vai ser feliz na família ou se precisará pedir rematch. Acontece, né? Por isso a importância de se por tudo na balança. Aliás, depois desse emprego, estou cogitando seriamente banheiro só pra mim como prioridade haha.

Aposto que quando for a minha vez eu vou me esquecer de todos os meus conselhos e viver fazendo drama HAHA. Vamos ver né.

E quais são os pontos positivos e negativos da sua family? Conta aí!

Alguma Host Family tem salvação?


Olá meninas! (algum menino acessa?)

É o seguinte: Quanto mais eu lia posts e comentários no AuPair Mom, as histórias cabeludas de Au Pairs em seus blogs e suas reclamações nos grupos do facebook sobre a exploração, a falta de respeito e afins, menos vontade eu fui tendo de ir para os Estados Unidos. Sim, porque a impressão que eu tinha a partir de tudo isso é que os americanos só se importam com o próprio umbigo. Aliás, é por isso que lá não se pode furar fila. Não é porque é injusto com todas as pessoas que estão esperando, é porque é injusto com a pessoa pela qual o furão de fila passou na frente. (sim, por enquanto estou gereralizando).

Nós sabemos que o que as agências divulgam para as HF é sim uma mão de obra barata. Vide anúncios publicitários das mesmas. "Tenha uma nanny por USD 7.00/hora!" E aí por diante. Assim como nós também sabemos que a maioria das pessoas escolhe o Au Pair pelo valor do programa. Ou vai dizer que se você pudesse ficar um ano em outro país só curtindo / viajando / estudando você ainda assim preferiria o Au Pair? Pouquíssimas pessoas responderiam que sim.

Mas lendo o APM eu descobri também que existem sim famílias que além do financeiro também têm interesse pela troca cultural que o programa Au Pair oferece, assim como pela segurança de ter seus filhos sendo cuidados por uma pessoa que está dentro da casa deles, com quem conversam diariamente, supostamente confiam, observam o comportamento e podem monitorar. Algumas ainda se preocupam em ter uma boa relação com a AP, convidá-la para os assuntos da família, para os passeios, as viagens... Mas, é claro, irão sempre priorizar o conforto e segurança da sua própria família, afinal, o estranho no ninho é a AP.

O que me surpreendeu bastante em alguns posts do Au Pair Mom, é que realmente existem famílias mais preocupadas com a AP do que o normal (normal para os americanos), que se importam com a privacidade / felicidade / lazer e descanso delas mais do que o normal, e isso me deixou realmente feliz. Porque não são só as reclamações de AP no face que estavam me preocupando, mas principalmente alguns comentários das próprias HF (se mostrando muito mais egoístas do que o normal) no APM também.

Achei interessante esse post no APM onde a HM pedia conselhos porque estava preocupada em pedir rematch porque sua atual AP poderia não encontrar uma nova família, tendo que voltar pro Brasil. Segundo a HM: "Nós queremos rematch, mas por outro lado, mais uma chance não parece má ideia, e eu não conseguiria aguentar a ideia de  destruir a vida dela a mandando para casa." (tradução livre).

E nesse caso, a errada era mesmo a AP! Segundo a HM, apesar da AP ser doce, carinhosa e amar as crianças, ela já tinha tentado todo o tipo de conversa, explicado tudo direitinho, comprava coisas para ela fazer crafts e brincadeiras com as crianças, e ainda assim a AP era preguiçosa, parecia sempre desanimada e nunca fazia nada com as crianças. Também não se esforçava em aprender inglês. E MESMO assim a HM não tinha coragem de pedir rematch. Mas adivinhem como foram os comentários de outras HF em resposta ao post dela? Resumindo foram assim: Dane-se a AP! Quem tem que encontrar outra HF pra ela é a agência e não vocês!

E isso é verdade, porém a sensibilidade da HM para com a felicidade da AP realmente foi admirável. Principalmente pelo fato de ela continuar tentando fazer as coisas funcionarem. As famílias realmente não precisam aturar uma AP assim, mas elas podem se importar com ela e tentar manter uma boa relação, tentar conversar quando as coisas não vão bem, ter empatia. Essa é a palavra: EMPATIA.

Eu consigo comparar HF com chefes, porque assim como existem bons chefes, existem também boas HF. Como no meu caso: tive uma chefe que era justa, mas que não se importava muito comigo, se eu precisava fazer algo realmente importante e não poderia por causa do horário da empresa (que era bem complicado) ou se eu estava morrendo de frio com o ar-condicionado porque não tinha levado casaco. São pequenas coisas que fazem toda a diferença na convivência das pessoas. E agora eu tenho uma chefe maravilhosa que realmente se importa comigo. Por causa disso, eu aturo algumas coisas aqui no escritório, mas no fim acaba valendo a pena por causa dela e do trabalho. Vou falar mais sobre essa relação chefe x HF num próximo post (que já está pronto, aliás), porque esse já está grande demais.

Então acho que é isso, pelo que eu percebo, a gente consegue salvar sim algumas famílias que podem fazer toda a diferença (pra melhor) no nosso ano de au pair. Mas, para isso, é necessário pensar quais são as prioridades de cada um e onde seu calo aperta. Claro que as HF também podem mentir muito, então precisamos contar com um pouco de sorte também haha.

E uma pergunta para as atuais Au Pairs: Sua família não está nem aí, ou realmente se importa e sente carinho por você?

Já abri mão pelo au pair #1

Voltei rápido, né?! É que estou cheia de ideias de posts e elas estão surgindo muito naturalmente. Espero que dure bastante essa inspiração! Mas vamos ao que interessa:

Existem as au pairs que seus pais pagam pelo seu programa e existem as que juntam seu suado dinheirinho durante anos pra realizar esse sonho. Eu, infelizmente, faço parte do segundo grupo. Infelizmente porque poderia usar esse dinheiro para viajar lá, mas a parte boa é que podemos aprender muito com isso, como, por exemplo, a valorizar muitas coisas que talvez antes não déssemos tanta importância. E, para conseguir guardar dinheiro, eu (mera estagirária), assim como muitas de vocês (acredito), precisamos abrir mão de bastante coisa. Afinal, como a minha mãe sempre me disse: “tu não pode assoviar e chupar cana ao mesmo tempo”.

Ter um smartphone fodão – não que eu seja super viciada em tecnologia, mas que smartphones unem o útil ao agradável, isso não podemos negar. Só que até fevereiro desse ano eu usava um celular velhinho, que até do meu namorado já tinha sido. Mas ele, digamos assim, estragou. E eu como boa au poor adivinhem o que iria fazer? Acertou quem disse usar outro velho que estava guardado. Mas nem carregador ele tinha mais, aí pedi pra minha mãe comprar um carregador porque a loja é no caminho do trabalho dela. A noite cheguei em casa e tinha um pacote de presente em cima da mesa. Como março é o mês do meu aniversário, meus pais resolveram me dar um celular novo. Só que não era dos melhores, nem wi-fi tinha (eles acharam que tinha), aí com muito esforço consegui trocar na loja por um Galaxy Y porque pensei que era bom o suficiente e cabia no orçamento. Engano meu, porque gastei dinheiro e descobri que ele só tinha 180mb de memória interna, ou seja, a função de um smartphone que é ter aplicativos e tal é totalmente inútil se você não tem memória pra armazená-los. Por R$ 100,00 a mais eu poderia ter comprado um com 3gb de memória interna.

Abandonar a academia – eu estava super orgulhosa de mim mesma porque em dezembro do ano passado comecei a freqüentar academia. Fazia uns dois anos que queria e nunca conseguia. Primeiro por falta de tempo e dinheiro. Depois tinha dinheiro e não tinha tempo. Daí finalmente consegui tempo e dinheiro. Fiz durante 4 meses e era ótimo. Não fiz pelas pernas durinhas e o bumbum sarado – isso seria uma conseqüência – fiz pela saúde mesmo. E deu certo! Minhas dores na coluna e no braço direito (por causa do computador) sumiram como mágica. Eu adorava. Só que comecei a fazer as aulas teóricas da CNH e perdi quase uma semana paga de academia. Depois vieram as práticas e decidi parar e voltar quando terminasse a carteira. Só que percebi que se eu não apertar todo meu orçamento não vou ter o dinheiro que quero pro intercâmbio, então mesmo a academia não sendo tão cara, decidi abrir mão pra juntar um dinheiro que com certeza vai fazer diferença. E olá dor nas costas novamente.

Gastar menos com roupas, calçados e passeios – Sabe o que é tu pensar duas vezes antes de comprar aquela jaqueta de couro (sintético) que era teu sonho de consumo há anos? Então. É o que eu estou fazendo. Pensando mil vezes, aliás. Eu tinha decidido que nesse inverno compraria uma, gastaria até R$ 200,00. Só que agora com a reprovação na prova da CNH e mais alguns gastos extras que eu tive, percebi que preciso muito mais de R$ 200,00 pro intercâmbio do que de uma jaqueta. Viva o desapego! #sqn HAHAHA. A última vez que eu comprei um calçado foi quando, mesmo? Acho que em setembro do ano passado! Isso mesmo! Faz quase um ano. Au poor feelings total. Menos idas ao cinema, menos passeios caros (não que eu fizesse muitos, mas né), menos idas em barzinhos, menos gastos no geral. Bem-vindo ao Au Pair's World!

Conforme eu for lembrando ou for precisando abrir mão de mais coisas (espero que não haha) vou contando aqui. Sei que quando eu já estiver nos EUA realmente vivendo tudo isso terei que abrir mão de muito mais coisas, mas vou contar todas as partes, afinal, o começo também faz parte dessa realidade auperiana, né?! 

E vocês, do quê já “abriram mão” pelo au pair? Comentem!

See you soon.

A minha saga em busca da CNH


Em janeiro quando decidi ser au pair, a primeira coisa que fui resolver foi a CNH. Como eu falei no post anterior, tirar a CNH significava realmente fazer o au pair, significava abrir mão de qualquer outro intercâmbio pago pelo menos pelos próximos anos, porque era eu quem pagaria e o valor investido na CNH faria muita diferença em outro tipo de intercâmbio. Aliás, foi por isso que eu não a fiz com 18 anos. Eu já estava guardando dinheiro pro intercâmbio nessa época.

Peguei meu suado dinheirinho e paguei à vista. Se não me engano em fevereiro (se estiver errado atualizo depois) comecei minhas aulas teóricas. Foi um saco. Acordar hiper cedo pra começar uma hora antes do meu horário no meu estágio pra não abusar tanto da minha chefe linda e querida que me liberou pra fazer as aulas, depois almoçava correndo, pegava o bus e caminhava mais um pouco até a escola. As aulas eram um porre. Eu dormia pelo menos uma meia hora. Não me julguem, eu estudo todas as noites e ia dormir tarde, ok?! HAHA. Ainda bem que a professora era super compreensiva e dizia entender que trabalhávamos, estudávamos, estávamos cansados e as aulas eram puxadas. Aí eu nem ficava de consciência pesada. Quando meus olhos não agüentavam mais eu escorava a cabeça na mão e apagava.

Terminei as aulas, fiz a prova teórica, passei e consegui agendar as primeiras aulas práticas só pra maio. Abri mais uma vez a carteira, paguei à vista e esperei. Agendei todas as aulas de uma vez, pro mês de maio inteiro. Como tava super dentro do meu prazo, não marquei todos os dias pra não ficar muito puxado, mas agora me arrependo. A maioria foram no horário depois do estágio e antes da aula (das 17hs às 19hs) pra não abusar mais da boa vontade da chefe. O problema é que eu fiz a cagada de agendar duas aulas duplas num dia de tarde. Das 13hs às 15hs. Uma semana antes da minha prova eu perco essas duas aulas porque me confundo e chego pra aula às 17hs. Quando outra menina entra no meu carro, com o meu instrutor, eu pergunto pra ele o que houve e ele diz que meu horário era às 13hs! GREAT! Tomei.

Quando vou remarcar essas aulas, descubro que não tem mais horário com ele nem com nenhum outro instrutor de uno antes do dia da prova e que minha prova prática, marcada pro dia 31 de maio teria que ser remarcada e a próxima data disponível era dia 5 de JULHO. PQP. Pra minha sorte eis que surge meu instrutor e vem me dar oi, perguntar se vou conseguir marcar, eu explico a situação e ele se dispõe a fazer hora extra pra que eu possa fazer essas duas aulas e não perder a prova do dia 31. Quase beijei ele haha, super gente boa. Bora lá desembolsar mais grana. R$ 65,00, me senti rasgando dinheiro, mas ok.

Completei minhas aulas, a última com um carro diferente, porque era hora extra e meu carro tava ocupado, uma chuvarada (eu nunca tinha dirigido na chuva, nenhuma das minhas aulas foi em dia de chuva) fiquei super nervosa, deixei o carro apagar algumas vezes, não consegui arrancar em lomba algumas vezes, o acelerador era diferente... Mas enfim, deu tudo certo, eu sabia que no meu carro seria diferente e eu estava preparada.

Sexta-feira calma por causa do pós feriado, dia de prova, minha chefe linda me dá o dia de folga, acordo super feliz, um dia lindo de sol, consigo carona com o motorista do ônibus até o local próximo da prova, porque lembrei que meu ônibus não passava lá perto só depois que já tava na parada e não tinha mais o que fazer, se ele não pudesse me deixar lá eu ia ter que ir a pé mesmo e ia chegar atrasada, mas meu instrutor disse que não tinha problema chegar atrasada, mas cheguei no horário, uma mulher já tava passando as instruções pro pessoal, me juntei a eles, depois que ela terminou eu saí de perto, como todos me orientaram.

Esqueci de levar o fone de ouvido, então fiquei jogando no celular pra me distrair. Fiquei de costas pra todo mundo, pra ninguém vir falar comigo (bem antissocial haha). Uma hora depois chega a minha vez. Examinadora não muito simpática. Conhecida do meu instrutor, lancei pra ela o que ele me falou: que era pra ela ser querida comigo e tal, mas ela não se importou muito, disse que se eu fizesse tudo certo tudo ia dar certo haha SÉRIO?

Faço a minha baliza linda, quase perfeita. Quando chego no fim ralo a roda no cordão. Dá uma leve mexidinha no carro, mas nem chega perto de subir e atropelar algum pedestre na calçada. Fiquei tranqüila, meu instrutor disse que o único problema era forçar a subida. Até porque nas aulas pintei o cordão várias vezes HAHA.

Ela manda seguir, na primeira esquina deixo apagar. ESQUEÇO DE COLOCAR O PÉ NA EMBREAGEM, dá pra acreditar nisso? Aí eu penso: belê, só não posso errar mais nada agora. SÓ que ela me manda dobrar a direita, e dobrar a direita de novo, voltando pro lugar da prova... Aí eu já vi que tinha dado merda. Estacionei o carro, me dei o trabalho de dar a ré pra deixar ele dentro dos 50 cm, vai que né, a esperança é a última que morre.

Saímos do carro, ela anota algo no papelzinho e me diz assim: “É, tu perdeu 2 pontinhos ali quando raspou no cordão e mais 3 lá quando deixou apagar. Fica pra próxima.” Eu nem olhei na cara dela, saí muito triste me sentindo uma loser porque né, eu tava bem confiante que ia passar e tudo tava a meu favor.

Ontem fui remarcar a prova, dia 5 de JULHO D: se eu não passar vai arruinar meus planos de ir em julho de 2014 já com a permanente. Mas consegui duas aulas pro mesmo dia, com outra instrutora, mas no mesmo carro E logo antes da prova, então tá ótimo. Desembolsei mais R$ 140,00. Essa carteira ta me saindo mais cara do que eu esperava. Agora só o que eu quero é vir aqui e dizer: 

I GOT MY CNH! 
HAHAHA.

See you soon.
 
Layout feito por Adália Sá