Há um tempo atrás (acho que foi em março ou abril) escrevi um post
que pretendia ser o segundo post desse blog. Mas como eu demorei pra conseguir
fazer o blog, meus sentimentos mudaram em relação ao que eu sentia quando
escrevi aquele post, então decidi não postar ele e esperar me sentir daquela forma
novamente para só então postá-lo. Acontece que na época eu estava empolgada com
o au pair, mas estava calma, porque sabia que me faltava CNH, experiência com
kids, paciência, independência, melhorar o inglês e juntar grana pra viajar
bastante por lá. Eu estava até tendo homesick antes da hora! HAHA Então por mim
estava tudo bem ir só em julho de 2014. Eu estava bem decidida a aproveitar todo o meu tempo aqui com a família, amigos, meu quarto, minha cama, durante esse um ano de espera.
Mas acho que eu li blogs demais e fiquei fissurada no
assunto (como deve acontecer com todas). Eu passo muito tempo lendo sobre a
vida das meninas que estão ficando online, tendo match, conseguindo o visto,
embarcando, chorando, viajando e a vontade de viver tudo isso só
aumenta. E agora esses dias de espera parecem uma tortura. Mas eles parecem uma
tortura porque EU não estou progredindo no meu processo. Eu ainda não visitei
nenhuma agência, sei que preciso fazer trabalho voluntário, mas ainda não fui
atrás, rodei na primeira prova prática da CNH... Só que eu não consigo me
organizar pra fazer tudo. E confesso que eu também to com bastante preguiça. Já até imagino quanta dor de cabeça vou ter.
Mas eu tenho medo também, sabe. Eu mudo de ideia muito rápido e
tenho medo de ano que vem não querer mais o au pair. Porque eu quero tanto
agora... Também tenho medo de conseguir o emprego que eu quero e por causa dele
adiar ainda mais a minha ida. Antes eu queria ir depois de julho pra estar aqui quando a
copa acontecesse, mas com toda essa confusão, decidi que isso nem é mais
prioridade.
Por mim eu ficava online ontem. Mas não vai ter jeito, pra
isso eu vou ter que fazer trabalho voluntário em fim de semana, porque as
escolhinhas só estão abertas na hora em que eu estou trabalhando, e eu estudo
todas as noites. E a verdade é que estou com receio de ir a um lar que tem
perto da minha casa perguntar sobre isso. Não sei se serei bem aceita, se as
crianças vão gostar de mim... Pois é, tenho problemas com rejeição.
Eu ainda nem se quer contei para os meus pais! Eu vou pagar
e não importa o que eles disserem eu vou ir. Mas é óbvio que sempre queremos a
aprovação da família. Eles sabem que eu quero fazer um intercâmbio, mas pensam
que é de estudos, como era a ideia inicial. Minha mãe sabe que tem gente que
vai pros EUA trabalhar de babá, mas ela só conhece isso como uma forma de
ganhar dinheiro. Tenho medo de eles dizerem que eu não sirvo pra isso, que eu
não levo jeito com criança, que eu vou viver me contaminando (por causa da
doença celíaca, mas isso já acontece aqui em casa de qualquer forma). Tenho
argumentos contra tudo o que eles disserem, o problema é que vou chorar
dependendo da reação deles. Sou sentimental demais e eles sempre esperam que eu
tenha sucesso em tudo o que eu faço, então o medo de desapontá-los também é grande.
Ou seja, estou meio que evitando esse momento porque vai ser
difícil, mas a verdade é que depois que eu contar para os meus pais eu
finalmente vou poder correr atrás de tudo com mais tranquilidade. Sei que a vida é minha, então eu estou aprendendo aos poucos
a não me cobrar tanto. As férias de julho estão chegando e vou fazer uma
promessa pra mim mesma: vou dar início ao meu processo oficialmente. Vou
visitar as agências, vou visitar os lares, vou convocar uma reunião de família
junto com o namorado (porque quando estou com ele me sinto mais segura) e vou
torcer pra passar na minha segunda prova prática da CNH, pois quero muito já ir
para os EUA com a definitiva.
Quanto ao inglês, decidi que esse vai ser meu último
semestre. No primeiro semestre de 2014 vou estudar inglês por conta, porque é
uma grana a mais que vou ter para o intercâmbio.
Esse post ficou meio confuso, meio cheio de lenga-lenga, mas
acho que é normal essa confusão de sentimentos. O que eu mais queria agora era
já estar online. Ou melhor, já queria estar pegando meu voo pra essa nova vida.
E vocês?